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Lava Jato chega no AM: STF manda Polícia Federal investigar Eduardo Braga


17/05/2018, quinta-feira

Foto: BNC Amazonas

De BNC Amazonas

Após a Procuradoria-Geral da República (PGR) pedir investigação de repasses no valor de R$ 40 milhões a integrantes do MDB, feitos pelo grupo J&F, o relator da operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, autorizou ontem, dia 15, a Polícia Federal a abrir inquérito contra o senador Eduardo Braga (AM) e outros nomes de peso do partido.

De acordo com a denúncia, o dinheiro foi repassado para as campanhas eleitorais do MDB em 2014, a pedido do PT. Foi uma forma de garantir a aliança entre os partidos.

Braga vai ser investigado no inquérito que Fachin mandou a Polícia Federal realizar, em prazo de 60 dias, com coleta de provas.

Segundo a procuradora-geral, Raquel Dodge, as suspeitas constam nas delações premiadas do ex-senador Sérgio Machado, que presidiu a Transpetro, e do ex-executivo da J&F Ricardo Saud.

“Chegou ao conhecimento dele que o Grupo JBS faria doações à bancada do Senado do PMDB de R$ 40.000.000,00 (quarenta milhões de reais), a pedido do Partido dos Trabalhadores – PT, para as eleições do ano de 2014”, disse Machado.

“Seriam contemplados por esta referida doação os seguintes parlamentares: RENAN CALHEIROS, JADER BARBALHO, ROMERO JUCÁ, EUNÍCIO DE OLIVEIRA, VITAL DO REGO, EDUARDO BRAGA, EDISON LOBÃO, VALDIR RAUPP, ROBERTO REQUIÃO, dentre outros”, afirma, em outro trecho do depoimento, ainda conforme a PGR.

Doação eleitoral como pretexto

Já Ricardo Saud, segundo denúncia da procuradoria, “afirmou que houve pagamento na ordem de R$ 46 milhões de reais a senadores do PMDB a pedido do PT”. Saud afirmou que o valor destinado ao MDB serviu também como “repasses não contabilizados a diversos políticos, sob o pretexto de doação eleitoral”.

“Segundo ele, apesar de diversas doações terem sido realizadas de forma oficial, tratava-se de vantagem indevida, uma vez que dirigentes do PT estariam comprando o apoio de peemedebistas para as eleições de 2014 como forma de assegurar a aliança entre os partidos”, disse Dodge.

Ela afirma ainda que “segundo o colaborador, este direcionamento tinha por objetivo manter a unidade do PMDB, já que havia, à época, risco de ruptura, com a perspectiva de integrantes do partido passarem a apoiar formalmente a campanha de Aécio Neves à Presidência da República”.

Segundo a procuradora-geral, Raquel Dodge, as suspeitas que serão apuradas pela Polícia Federal são baseadas nas delações premiadas de Sérgio Machado, ex-senador pelo MDB e ex-presidente da Transpetro, e de Ricardo Saud, ex-executivo da J&F.

Foro privilegiado

Ao decidir pela abertura do inquérito, Fachin destacou que, no momento, não é possível dividir a investigação sobre as pessoas sem foro privilegiado porque houve “descrição de condutas materialmente imbricadas”.

No último dia 3, o Supremo decidiu que deputados federais e senadores só terão direito ao foro privilegiado em casos de crimes cometidos durante o mandato e em função da atividade parlamentar.

“Nessa toada, e em juízo preambular, eis que ainda não sujeito a qualquer contraditório, há razão suficiente para, neste momento, reconhecer que os fatos ocorridos denotam especial interligação nas condutas atribuídas a parlamentares federais e aos demais envolvidos, a recomendar a persecução abrangente dos fatos narrados e evitar decisões contraditórias”, escreveu o relator da Lava Jato.


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