Arte: Blog Bocas e Notícias
Lembram antigos moradores de
Tabatinga que nos inicíos do povoamento desta região qualquer lugar que fosse
um pouco mais desenvolvido já era considerado vila.
Assim, foi Noaca um povoado nas
proximidades de Feijoal, que devido a uma epidemia, causada por uma doença
desconhecida, entrou em decadência.
Contam que um dia o padre do lugar
estava celebrando a missa, e ao terminar, enquanto se dirigia à porta da
igreja, ouviu um enorme grito de um macaco guariba vindo por debaixo do piso.
Desse momento em diante, as pessoas começaram a morrer vítimas de uma terrível
doença que matava tão rápido que os enterros tinham que ser coletivos. Poucas
pessoas conseguiram fugir dali sem serem contaminadas.
O padre, responsável pela igreja,
mandou que retirassem o sino e debaixo dele colocou todas as peças da igreja
que eram de ouro, pois tinha receio de não escapar com vida e temia que os
objetos fossem roubados.
Em seguida a igreja tombou.
Passaram-se muitos anos e o local
ficou abandonado. Nenhum morador das redondezas atrevia-se a visitar o lugar.
Mas certo dia, um ex-morador, que
sobrevivera à catástrofe, resolveu retornar ao local para observar como estava.
Primeiro, mandou seu filho averiguar. Este, chegando lá, encontrou vestígios,
contudo, onde tinham enterrado o sino, haviam crescido imensas árvores e as
raízes cobriam toda a riqueza. Quando deu o primeiro golpe de terçado numa
embaubeira, começou a trovejar.
O tempo fechou-se. Houve muitas
trovoadas, relâmpagos, enfim, um fortíssimo temporal. O filho quase não
conseguiu escapar com vida.
No dia seguinte, o pai foi até lá
para comprovar a força do sobrenatural. Quando começou a cortar a árvore,
sentiu uma pancada no rosto em que ficou a marca de mão de um homem.
Imediatamente desistiu da aventura .
Até hoje, naquele lugar, permanece o
tesouro da igreja, protegido pela natureza. Nem mesmo os padres têm coragem de
resgatá-lo.
Texto
retirado do livro Tabatinga e suas Lendas, de Maria Auxiliadora Coelho Pinto e
Cleuter Tenazor Tananta, 2011
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